Escalada
Fundamentos e Técnicas

A escalada é possivelmente a nossa “menina”. Como tantos outros cujo percurso na montanha começou com esta modalidade, este é também o nosso caso sendo por essa razão, uma das áreas em que mais investimos. Mesmo nas situações mais simples e não propriamente a escalar, colocamos em prática muito do que aqui abordamos, sendo alguns dos temas transversais aos módulos 2 e 3 fazendo por isso deste tópico um tema quase “obrigatório”.

O módulo 1 cobre os conceitos mais essenciais no momento de abordares o mundo vertical, sendo todos eles importantes para a segurança do escalador. Aprender a escalar é um processo contínuo, mas cuja evolução e sucesso dependem muito da forma como encaras cada pormenor. Desde a maneira como executas um nó, à escolha do material mais adequado, tudo tem um papel importante na escalada.

Módulo 4 - Primeiros Socorros e Resgate - Img 1

“THE SUMMIT IS WHAT DRIVES US, BUT THE CLIMB ITSELF IS WHAT MATTERS.”
— CONRAD ANKER

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Equipamento

Falar de equipamento num “desporto de natureza” com tantas vertentes é um objectivo que com algum entusiasmo se pode tornar demasiado longo. Mas estejamos a falar de bouldering, escalada desportiva, escalada artificial ou outras, entre marcas, materiais e mais uma infinidade de variáveis, há equipamento para tudo e para todos.

No entanto, e à parte de “gostos pessoais”, defendemos sempre que dois factores devem sempre fazer parte do teu critério de selecção na altura de comprares o teu próprio equipamento, a eficiência e a segurança. Hoje em dia todo o equipamento de escalada e em especial aquele que tem a ver com a segurança, cumpre os requisitos em termos de homologações. Ainda assim é possível encontrar material sem qualquer garantia e escaladores a usá-lo, pelo que deves ter cuidado com o equipamento que usas.

De forma a tentar abranger os cenários de escalada mais comuns, damos destaque ao equipamento básico para as duas vertentes que a maior parte das pessoas tem a possibilidade de experimentar e praticar: a escalada desportiva e a escalada clássica. Ainda que estas partilhem muitas similaridades, iremos dar ênfase aos pequenos pormenores que nos poderão ajudar a tomar melhores decisões no momento de escolher o nosso próprio equipamento.

ARNÊS (BAUDRIER)
O arnês é o elo de ligação entre a corda e o escalador sendo um dos equipamentos de segurança essenciais (EPI). Independentemente do tipo e do desporto, é comum a quase todas as actividades de montanha. Desde o tempo em que se escalava com a corda amarrada à cinta ao dias de hoje, o arnês foi sendo adaptado de forma a responder melhor às necessidades e exigências de cada escalador e modalidade, havendo hoje soluções para todos os gostos e feitios.

Na escalada desportiva o arnês tem normalmente menos anéis porta-materiais e menos ajustes como no caso das alças das pernas, tornado-o assim mais leve, sem que isso implique que se perca qualidades como na parte do conforto. Olhando apenas para o panorama da escalada desportiva, devemos considerar que fazer uma via de 15 metros ou uma de 40 metros são realidades diferentes. Estas devem ajudar/influenciar as nossas escolhas referentes ao arnês que melhor responde às nossas necessidades.

CAPACETE
A primeira ideia que queremos transmitir é que defendemos o uso do capacete em qualquer cenário de escalada (salvo raríssimas excepções). Sentimos a necessidade de tornar claro este princípio, pois é na escalada desportiva que mais somos confrontados com o não uso do capacete…

Os capacetes existem para assegurar a integridade do escalador. Têm a função de proteger contra a queda de rochas e equipamento de escalada (acontece), e contra impactos, muito comuns numa queda. Na escalada desportiva dá-se prioridade a capacetes mais leves cujo núcleo é feito de EPS (poliestireno expandido) embora estes sejam mais frágeis. Do lado mais tradicional existem os capacetes tradicionais em que a estrutura é feita de plástico e por isso mais resistentes. Nos últimos anos têm surgido versões híbridas, que unem o melhor dos dois mundos, a leveza dos capacetes feitos em EPS com a resistência dos capacetes feitos em plástico. Independentemente da escolha do capacete, o mais importante é mesmo usar um.

PÉS DE GATO
Os pés de gato são um dos equipamentos mais característicos de um escalador. No entanto, no panorama geral da escalada em montanha, são algo relativamente recente, pelo menos na forma como os conhecemos hoje. Independentemente da marca, formato, tamanho e conforto (ou falta dele), um aspecto assume um papel de destaque, a sola. É a borracha das solas dos pés de gato, desenvolvida especificamente para a escalada, que permite uma aderência especial na rocha.

Na escalada desportiva há uma grande variedade de opções que variam à volta do formato e da precisão que conferem ao escalador. Pés de gato mais justos e técnicos, com uma forma mais agressiva, permitem ao escalador utilizar presas mais pequenas e consequentemente, escalar vias mais difíceis. Mas esta característica tem um custo, o conforto, ou neste caso, a completa falta dele. É também frequente calçar pés de gato números abaixo do habitual do escalador, uma opção que confere mais sensibilidade e precisão.

A escolha dos pés de gato depende muito das preferências do escalador, do seu nível e do quanto está disposto a sofrer…

DISPOSITIVO DE SEGURANÇA/DESCENSOR
Os dispositivos de segurança fazem parte do cenário da maior parte das modalidades de escalada. Permitem fazer um controlo dinâmico da corda através do atrito que é gerado no aparelho. São usados tanto para fazer segurança ao primeiro, fazer segurança ao segundo e fazer rapel. Existem diversos tipos de dispositivos de segurança/descensores que de uma forma geral estão agrupados em duas categorias: os manuais e os semi-automáticos.

No contexto da escalada desportiva, é frequente vermos mais dispositivos de segurança/descensores semi-automáticos como é o caso do GriGri da Petzl e o Birdy da Beal. Apesar de serem mais caros têm a vantagem de funcionarem de forma semi-automática, o que, caso sejam usados correctamente, oferece mais segurança a quem está a escalar e tranquilidade a quem está a fazer segurança. No entanto estes dispositivos não estão livres de falhas (humanas) e por isso precisam de ser utilizados na perfeição para serem 100% fiáveis.

Os dispositivos de segurança/descensores manuais, continuam ainda assim a ser uma opção válida e fazendo contas, mais amiga da carteira.

MOSQUETÕES
Na escalada, os mosquetões fazem parte do equipamento essencial de segurança. Estão presentes em várias manobras e técnicas e servem para proteger e preservar a integridade do escalador durante toda a actividade. Existem vários tipos de mosquetões cujo uso varia com a actividade que vamos fazer. Uma via de escalada clássica requer um conjunto de mosquetões diferente dos de uma via de escalada desportiva. Por esse motivo é a actividade que condiciona a escolha do equipamento que vamos precisar.

Os mosquetões podem ser classificados por vários factores entre os quais: o tipo de fecho (com ou sem segurança), formato, tamanho/peso e resistência. Os diferentes tipos podem ser agrupados da seguinte forma:

  • Tipo B – Mosquetões para uso geral.
  • Tipo T – Mosquetões direccionais com gatilho curvo usado em particular nas expresses.
  • Tipo X – Mosquetões ovais para uso geral disponíveis com e sem bloqueio de segurança.
  • Tipo H – Mosquetões em formato de pêra com sistema de bloqueio e segurança.
  • Tipo K – Mosquetões usados em Via Ferrata com uma maior abertura.
  • Tipo Q – Elos rápidos usados duma forma geral em fixações permanentes.

Independentemente do tipo de mosquetão, é importante que todos obedeçam às normas específicas para este tipo de equipamento pois estas são uma garantia da nossa própria segurança.

Podes ler um artigo completo no Chalk’Board sobre Mosquetões e descarregar uma ficha técnica sobre os diferentes tipos de mosquetões neste link.

CORDAS
Brevemente…

ARNÊS (BAUDRIER)
Ao olharmos para os primórdios da escalada e os seus pioneiros onde a corda, feita de cânhamo trançado, era amarrada directamente à cinta, só podemos ficar atónitos com as conquistas que estes aventureiros alcançaram.  Com o surgimento do arnês, a segurança do escalador foi em muito melhorada, sendo que hoje, é considerado um dos equipamentos de segurança essenciais (EPI).

Na escalada clássica o arnês apresenta características distintas de um arnês pensado unicamente para escalada desportiva. Dos elementos que facilmente permitem fazer uma distinção entre ambos destacamos: a presença de mais anéis porta-materiais devido ao facto de termos de carregar uma parafernália de equipamentos de protecção, ajustes nas alças das pernas e protecção lombar melhorada que implica maior conforto pensado nas horas que muitas vezes passamos na parede.

CAPACETE
Na escalada desportiva deixamos em aberto a possibilidade de que, em raríssimas ocasiões, podemos considerar o uso de capacete como não obrigatório. Na escalada clássica só vemos cenários onde o uso de capacete é imperativo. A variável que situações que existe nesta modalidade, tornam o uso de capacete algo não negociável.

Os capacetes existem para assegurar a integridade do escalador. Têm a função de proteger contra a queda de rochas e equipamento de escalada (acontece), e contra impactos, muito comuns numa queda. Na escalada clássica e apesar do peso ser um pormenor relevante (ainda para mais considerando a quantidade de material que carregamos), a resistência do capacete assume-se como um factor mais importante já que, é normal que as exigências a que o capacete é submetido neste tipo de ambiente seja maior. Os capacetes híbridos são nesta caso uma excelente opção porque permitem um melhor equilibro peso/resistência. Voltamos a salientar que independentemente da escolha do capacete, o mais importante é usar um.

PÉS DE GATO
Os pés de gato contribuíram de forma inegável para a conquista de algumas das mais espectaculares vias de escalada em montanha. Mas desde o tempo das botas com “hobnails” ao desenvolvimento das solas Vibram por Vitale Bramani em Italy nos anos 30 do século passado, os pés de gato evoluíram de forma significativa. Apesar de que na escalada alpina as botas devem também ser consideradas (um tema abordado mais em detalhe no Módulo de Montanhismo), pretendemos aqui olhar apenas para as grandes paredes de escalada clássica onde os pés de gato são (quase) sempre a escolha ideal.

Os pés de gato para escalada clássica são na sua gene, em tudo semelhantes ao pés de gato para escalada desportiva. Podemos inclusive afirmar que a grande diferença está nos critérios de escolha que usamos para os comprar. Neste caso e considerando que estamos a falar em escalar durante várias horas, o critério do conforto deixa de estar esquecido para ser algo em que devemos ponderar. Dependendo de vários factores, entre os quais o grau de dificuldade, o tipo de via/rocha e as horas na parede, tendemos mais a procurar uma solução que seja um compromisso entre eficiência e conforto. Na escolha duns pés de gato novos, pesa muita a experiência e o quanto conhecemos uma marca. Por esse motivo, neste caso o ideal é mesmo experimentar antes de comprar.

DISPOSITIVO DE SEGURANÇA/DESCENSOR
Os dispositivos de segurança/descensores são parte integrante do equipamento do escalador. Estes aparelhos permitem, através do atrito, controlar a corda de forma dinâmica. São usados tanto para fazer segurança ao primeiro e ao segundo escalador, como para fazer rapel. Existem duas categorias de dispositivos de segurança/descensores, os manuais e os semi-automáticos. Na escalada clássica e alpina, os dispositivos de segurança/descensores semi-automáticos raramente são usados pelo simples facto de permitirem apenas uma corda. Neste tipo de ambiente, a utilização de cordas duplas apresenta inúmeras vantagens pelo que é necessário um dispositivo de segurança que permita lidar com esta particularidade.

Entre os dispositivos mais usados, um dos que reúne mais adeptos é sem dúvida o  ATC Guide da Black Diamond Equipment. Existem vários outros modelos que funcionam com o mesmo princípio e que são igualmente boas opções. Os dispositivos de segurança/descensores manuais são por isso a melhor solução quando falamos de escalada clássica ou alpina.

MOSQUETÕES
Na escalada, os mosquetões fazem parte do equipamento essencial de segurança. Estão presentes em várias manobras e técnicas e servem para proteger e preservar a integridade do escalador durante toda a actividade. Existem vários tipos de mosquetões cujo uso varia com a actividade que vamos fazer. Uma via de escalada clássica requer um conjunto de mosquetões diferente dos de uma via de escalada desportiva. Por esse motivo é a actividade que condiciona a escolha do equipamento que vamos precisar.

Os mosquetões podem ser classificados por vários factores entre os quais: o tipo de fecho (com ou sem segurança), formato, tamanho/peso e resistência. Os diferentes tipos podem ser agrupados da seguinte forma:

  • Tipo B – Mosquetões para uso geral.
  • Tipo T – Mosquetões direccionais com gatilho curvo usado em particular nas expresses.
  • Tipo X – Mosquetões ovais para uso geral disponíveis com e sem bloqueio de segurança.
  • Tipo H – Mosquetões em formato de pêra com sistema de bloqueio e segurança.
  • Tipo K – Mosquetões usados em Via Ferrata com uma maior abertura.
  • Tipo Q – Elos rápidos usados duma forma geral em fixações permanentes.

Independentemente do tipo de mosquetão, é importante que todos obedeçam às normas específicas para este tipo de equipamento pois estas são uma garantia da nossa própria segurança.

Podes ler um artigo completo no Chalk’Board sobre Mosquetões e descarregar uma ficha técnica sobre os diferentes tipos de mosquetões neste link.

CORDAS
Brevemente…

Nós

Os nós é um dos temas que abordamos na Rokomondo Academy que é transversal a qualquer módulo, seja pela sua importância, seja pela sua aplicação generalizada em diferentes áreas. É um tema “simples” mas extenso e que muitas vezes falha pela falta da devida atenção que lhe deve ser dado. Diferentes formas de executá-los e diferentes nomes pelos quais são conhecidos, contribuem também para criar alguma confusão à volta de alguns nós.

No canyoning, escalada ou montanhismo, o número de nós básicos que devemos saber não é muito grande. Aqui iremos abordar aqueles que consideramos serem essenciais. Fica no entanto com a indicação que deves dominar cada um deles ao ponto de os conseguires fazer e utilizar nas mais adversas situações.

DESCRIÇÃO
O nó de Barril, também conhecido com nó de Frade (ainda que este possa ser feito com três voltas e não apenas com duas) é considerado um nó auxiliar na escalada e no rapel. É facilmente executado tendo a particularidade de se auto-ajustar/apertar quando submetido a alguma carga. Embora o nó de Barril possa ser útil em várias situações, na escalada e rapel normalmente é usado em apenas uma, que no entanto é de extrema importância!

UTILIZAÇÕES
Tanto na escalada como no rapel, é usado quase essencialmente como um nó de bloqueio (stopper) de forma a evitar que a extremidade da corda saia pelo descensor que estamos a usar (ao fazer o nó, este deve ser bem ajustado). Pode também ser usado numa corda fixa, dando vários nós ao longo da corda, para ajudar na subida. É ainda usado na pesca e como nó decorativo.

VANTAGENS
Simples de fazer e eficaz na sua função, é possivelmente um dos melhores nós de bloqueio (stopper) que podemos utilizar. Ter sempre o cuidado de deixar o chicote com um comprimento de 50cm.

ENGLISH NAMES
Barrel Knot (não confundir com o Blood Knot também chamado de Barrel Knot, sendo que neste caso é um nó para unir “bend” duas cordas), Triple Overhand Knot, Triple Fisherman’s Knot.

Nó de Barril

DESCRIÇÃO
O nó de Borboleta, também chamado de Borboleta Alpina, é um excelente nó usado tanto na escalada, como no canyoning e montanhismo, sendo por isso um nó muito polivalente. Criar um ponto de fixação ou isolar uma secção da corda danificada por um roçamento, são duas das utilizações mais frequentes do nó de Borboleta. Existem várias formas para o executar inclusive apenas com uma mão. Apesar de não constar na lista dos nós essenciais, consideramos que dadas as suas vantagens, é um nó que vale a pena aprender e incluir no nosso arsenal de técnicas e competências.

UTILIZAÇÕES
Isolar uma secção da corda danificada. Criar um ponto de fixação na corda sem ser necessário os chicotes. Fazer um ponto intermédio de encordoamento. Equalizar uma reunião/ancoragem de dois pontos. Montar pontos de fixação numa travessia. Pode substituir o nó de oito em algumas manobras. A versão Alpine Butterfly Bend é uma excelente opção para unir cordas (um nó a abordar sob o tema – nós para união de cordas…).

VANTAGENS
É um nó simples de fazer e inspeccionar. Retira pouca resistência à corda. Pode ser traccionado tanto na direcção da corda como na perpendicular pelo seio do nó (quando é objectivo não é isolar uma secção da corda danificada). Ajustável e relativamente fácil de desfazer depois de ter estado sob tensão.

ENGLISH NAMES
Alpine Butterfly Knot, Butterfly Loop, Butterfly Knot, Lineman’s Loop, Swiss Loop.

Nó de Borboleta

DESCRIÇÃO
O nó de Oito é possivelmente o mais utilizado em ambiente de montanha. É um nó clássico do qual existem várias versões como é o caso do nó de oito pelo seio ou o nó de oito costurado, mencionado apenas duas, sendo que todas elas partem da mesma base que ensinamos aqui. Está também na base de outros nós como é o caso do “Stein”. Considerado um dos nós essenciais em montanha, é também usado em arborismo, trabalhos em altura, resgate, pioneirismo e náutica.

Podes aprender mais sobre o nó de Oito neste link.

UTILIZAÇÕES
Na escalada é por excelência o nó de encordoamento. Pode também ser usado para unir cordas (atenção à versão utilizada) e para criar pontos de ancoragem ou fixação. Consoante a versão, existem outras aplicações mais específicas como é o caso do nó de oito de orelhas ou o nó de oito direccionado. É uma opção para unir cordas para o rapel mas consideramos que o nó EDK é uma melhor escolha. No canyoning pode ser usado para montar um sistema de rapel simples ou duplo, ambos estáticos.

VANTAGENS
Simples de fazer, pode ser usado como um nó de bloqueio. Retira pouca resistência à corda. Polivalente nas utilizações e áreas de trabalho em que pode ser utilizado, graças às muitas versões que existem deste nó.

ENGLISH NAMES
Figure-of-Eight Knot, Figure-Eight Knot, Flemish Knot, Savoy.

Nó de Oito

DESCRIÇÃO
O nó Dinâmico deve o seu nome original ao guia de montanha suíço Werner Munter (Munter Hitch em inglês).  É também conhecido por nó UIAA. Muito utilizado em escalada, canyoning e montanhismo, é também usado em arborismo e trabalhos de altura. É ainda considerado um nó de recurso em situações de emergência.

UTILIZAÇÕES
Pode ser usado para fazer segurança ao escalador (uso obrigatório com um mosquetão de segurança de preferência HMS), para fazer rapel e montar sistemas dinâmicos em canyoning. Utilizado regularmente em manobras de resgate e trabalhos de carga, mesmo tendo em conta o desgaste que provoca na corda.

VANTAGENS
É um nó reversível o que permite tanto “dar” como “recolher” corda. Simples de fazer com apenas uma mão. Polivalente nas utilizações e áreas de trabalho em que pode ser utilizado. Nó de recurso na falta de um dispositivo para fazer segurança ou rapel.

ENGLISH NAMES
Munter Hitch, Italian Hitch, Crossing Hitch.

Nó Dinâmico

DESCRIÇÃO
O nó Duplo de Pescador é um nó bastante usado em montanha. Seguro e polivalente, é dos nós que retira menos resistência à corda. Dos vários usos que lhe podemos dar, unir um cordino de forma a criar um anel para um Prusik ou ponto de ancoragem natural é possivelmente dos mais frequentes.

AVISO: Apesar de ser um nó simples de fazer, é normal existirem erros na sua execução que podem dar origem a acidentes graves. É importante verificar sempre se o nó está correctamente executado.

UTILIZAÇÕES
Unir cordas, nomeadamente para o rapel (ainda que o EDK seja uma melhor opção). É ainda uma excelente escolha para unir um cordino de forma a criar um anel para nós auto-blocantes como o Prusik ou o Bachmann. Pode ser utilizado como backup (segurança) a outros nós, sendo ainda usado em áreas como arborismo, SAR e pesca.

VANTAGENS
É um nó simples de fazer e polivalente. Devemos no entanto considerar que depois de estar sujeito a uma grande tensão, é extremamente difícil de desfazer. Esta desvantagem, no caso de usarmos o nó para fazer um anel de cordino para nós auto-blocantes, acaba por ser uma vantagem.

ENGLISH NAMES
Double Fisherman’s Knot, Grapevine Knot, Double Englishman’s Knot.

Nó Duplo de Pescador

DESCRIÇÃO
O nó EDK (European Death Knot) é conhecido como nó de rapel pelo seu uso quase exclusivo nesta manobra em ambiente de escalada, canyoning e montanhismo. É também chamado de nó simples duplo ou nó de aselha. Apesar do nome em inglês e de alguma controvérsia em relação à sua resistência, com a devida atenção e correcta aplicação, é um nó bastante seguro e possivelmente a melhor escolha para unir as duas cordas do rapel. De forma a aumentar a sua segurança, podemos também optar por realizar este nó na versão EDK duplo ou EDK dobrado (de todas a mais segura).

Podes aprender mais sobre o nó EDK neste link.

UTILIZAÇÕES
Na escalada, canyoning e montanhismo é a escolha mais regular para unir as duas cordas para o rapel. Ter sempre o cuidado de deixar os chicotes com um comprimento mínimo recomendado de 30cm. Tensionar cada corda de forma individual para ajustar bem o nó.

VANTAGENS
Um dos nós mais fáceis de fazer e inspecionar. Tem um dos lados “plano”, o que faz com que dificilmente fique preso quando as cordas são recolhidas, sendo esta a grande vantagem em relação ao nó de oito ou o nó de pescador duplo para unir duas cordas para o rapel. É também fácil de desfazer, mesmo depois de estar sob tensão.

ENGLISH NAMES
Offset Overhand Bend, Flat Overhand Bend, European Death Knot, Offset Water Knot, Overhand Bend.

Nó EDK

DESCRIÇÃO
O nó Estático, também conhecido como Volta de Fiel, é um dos três nós essenciais. É um nó bastante antigo havendo referências ao mesmo já no início do século XVI. Apesar de requerer alguns cuidados (pode deslizar dependendo do tipo de corda), é um nó muito frequente na escalada, canyoning, montanhismo e também em trabalhos de pioneirismo.

UTILIZAÇÕES
Na escalada é usado principalmente para o escalador se auto segurar à reunião/ancoragem em conjunto com um mosquetão de segurança. No canyoning pode ser utilizado para montar um corrimão ou um sistema de rapel estático. Utilizado em trabalhos de pioneirismo para começar e terminar uma amarra.

VANTAGENS
Facilmente ajustável sem ser necessário desfazer o nó. Simples de fazer com uma ou as duas mãos. Bastante seguro quando ambos os lados do nó/corda estão tensionados.

ENGLISH NAMES
Clove Hitch, Double Hitch.

Nó Estático

DESCRIÇÃO
O nó Machard é um nó auto-blocante mas que ao contrário do Prusik, funciona apenas num sentido. É uma excelente opção quando temos de ascender numa corda. É executado com um cordino de 5-7mm de diâmetro unido com o nó duplo de pescador de forma a formar um anel. Existem no mercado anéis já feitos criados especificamente para este tipo de nós.

É recomendado que o diâmetro do cordino seja 60% a 80% do diâmetro da corda principal. O comprimento habitual do anel é de 60cm, sendo que é necessário aproximadamente 1,5 metros de cordino para conseguir um anel dessa dimensão.

UTILIZAÇÕES
Pode ser usado como segurança ao fazer um rapel ou para subir numa corda. Como o Prusik e outros nós auto-blocantes, é uma solução mais barata e leve em comparação com bloqueadores mecânicos.

VANTAGENS
Simples e barato. Fácil de executar, muito seguro quando submetido a cargas. Tem a vantagem de poder ser feito tanto com um cordino, como com uma cinta. É mais fácil de desbloquear que o Prusik.

Obs.: Devemos ter em atenção que o Machard funciona apenas num sentido. São precisas pelo menos três voltas na corda principal para que o nó funcione devidamente (recomendamos 4 a 5 voltas).

ENGLISH NAMES
Klemheist Knot, French Machard Knot.

Nó Machard

DESCRIÇÃO
O nó Prusik é um nó auto-blocante bi-direccional criado pelo alpinista austríaco Dr. Karl Prusik. Funciona por atrito e quando apareceu no manual de alpinismo austríaco de 1931, vinha referenciado como um nó para ascender na corda. É um nó simétrico que é executado com um cordino de 5-7mm de diâmetro unido com o nó duplo de pescador de forma a formar um anel.

É recomendado que o diâmetro do cordino seja 60% a 80% do diâmetro da corda principal. O comprimento habitual do anel é de 60cm, sendo que é necessário aproximadamente 1,5 metros de cordino para conseguir um anel dessa dimensão.

UTILIZAÇÕES
Pode ser usado em quase todos os desportos de montanha, sendo que na escalada serve normalmente como segurança ao rapel ou para subir numa corda. Pode ser utilizado para montar sistemas de desmultiplicação de forças (vantagem mecânica), seja em situações de trabalho, seja em cenários de resgate. É seguramente uma solução mais barata e leve em comparação com bloqueadores mecânicos.

VANTAGENS
Simples e barato. Fácil de executar, muito seguro quando submetido a cargas com a particularidade de funcionar nos dois sentidos (bi-direccional).

Obs.: Devemos ter em atenção que o Prusik não funciona sobre cordas geladas porque não é gerado o atrito suficiente para bloquear o nó. Após estar sob grande tensão, é normalmente difícil de libertar.

ENGLISH NAMES
Prusik Knot, Prusik Hitch.

Nó Prusik

DESCRIÇÃO
O nó Valdotain Tresse, também chamado nó Valdostano, é um nó auto-blocante muito útil em diferentes situações. Para a execução deste nó, era usado inicialmente corda dinâmica de 10mm, à qual se retirava 1 ou 2 fios da alma de forma a aumentar a capacidade de estrangulamento (uma prática não recomendada pelos fabricantes). Actualmente existem marcas que produzem o VT Prusik especificamente este fim. Alguns VT Prusiks têm ainda a vantagem de serem feitos com Technora, o que permite contornar o desgaste provocado pela fricção entre têxteis.

O atrito gerado na corda pode ser controlado pelo número de voltas (são recomendadas pelo menos três), que o VT Prusik dá à volta da corda principal. Mais voltas, mais atrito e controlo.

UTILIZAÇÕES
Ascender (embora não tão eficiente como o Prusik) e descer em cordas mesmo que estas estejam sobre tensão. Para a passagem de nós na corda do rapel. Como segurança ao rapel. Progredir num corrimão inclinado. Pode ser utilizado justamente com uma roldana para montar um sistema de polias. Muito útil em cenários de resgate. Usado também em trabalhos de arborismo.

VANTAGENS
Polivalente, eficiente e seguro (quando bem executado). Permite descer em cordas sobre tensão. Pode também ser feito com um anel de cinta. Na ausência de um VT Prusik (Bluewater / SingingRock), pode ser usado um cordino de 8mm no qual em cada ponta se fez um nó de pescador duplo. Pode ser libertado mesmo estando em tensão.

Obs.: Devemos ter muita atenção à perfeita execução do Valdotain Tresse para que este funcione devidamente. A obrigatoriedade de respeitar este pormenor, faz com que este nó seja considerado por muitos como uma técnica avançada.

ENGLISH NAMES
Valdotain Tresse, VT Prusik, VT.

Nó Valdotain Tresse