Montanhismo
Fundamentos e Técnicas

O montanhismo, seja numa simples caminhada, uma marcha de aproximação mais técnica ou numa ascensão, está presente em tudo o que fazemos. É daquelas coisas que não à como contornar. Por esse motivo e independentemente dos teus objectivos, se vais para a montanha, este é um tema que requer a tua atenção.

No Módulo 3 iremos abordar temas específicos do montanhismo e que complementam tópicos abordados nos módulos 1 e 2. Desta forma pretendemos que tenhas os recursos e conhecimento básico para que, seja numa actividade de 1 fim-de-semana ou numa aventura mais prolongada, estejas capaz de planear, desfrutar e regressar em segurança, trazendo apenas boas memórias e fotografias.

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“IT’S NOT THE MOUNTAIN WE CONQUER, BUT OURSELVES.” — SIR EDMUND HILLARY

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Equipamento

Manteres-te em segurança na montanha, requer à parte de conhecimento e aptidão física, equipamento adequado consoante o desafio a que te propões. Mas o equipamento para a prática de montanhismo é tão vasto que muitas vezes torna-se confuso escolher aquele que seria o mais indicado para as nossas necessidades. Diferentes montanhas, altitudes e condições condicionam a escolha, e mesmo quando temos tudo planeado ao milímetro, podem surgir (se é que não surgem sempre) imprevistos para os quais temos de estar preparados.

Facilitar no momento de escolher o equipamento “certo”, pode ser um erro que iremos pagar bastante caro. Esse é mais um motivo para darmos a devida atenção e importância às escolhas que fazemos e ao equipamento que usamos. Além de nos ajudar a desfrutar melhor das montanhas, em última instância ele existe para a nossa segurança e bem-estar.

Ao abordarmos o equipamento de montanha vamos falar sobre aquele que consideramos essencial para actividades em Média Montanha. Isto porque acreditamos que a maioria das pessoas reúne condições para viver aventuras neste meio com um bom nível de segurança. A Alta Montanha, cujo limite que o define depende de vários factores como a altitude e a latitude, é um domínio à parte que requer experiência, preparação específica e técnicas de progressão de forma a enfrentar os elementos que constantemente estão “contra” nós.

Não obstante, chamamos a atenção que a Média Montanha apresenta igualmente muitos riscos, os quais não devemos ignorar. Também não nos devemos esquecer que a maior parte dos acidentes dá-se por erro humano, sendo a falta de preparação e planeamento um dos grandes factores para tais acidentes acontecerem.

BOTAS
Brevemente

BOTAS
Brevemente

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Perigos de Montanha

As montanhas sempre exerceram um fascínio para todos aqueles que contemplaram os seus majestosos picos, íngremes arestas e trilhos a perder de vista. Fonte de inspiração para alguns dos maiores feitos alcançados pelo Homem, são hoje e cada vez mais um local para quem procura paz, realização pessoal, desafiar os seus próprios limites e claro, adrenalina. Mas desfrutar deste ambiente que tantas vezes se mostra inóspito e perigoso, requer preparação, conhecimentos, equipamento adequado e acima de tudo bom senso.

Por esse motivo, deves dar especial atenção ao tema dos Perigos de Montanha, pois é aqui que abordamos os diferentes tipos de riscos que vais encontrar na montanha e como lidar com eles.

Defendemos que todos podem desfrutar de uma forma ou de outra da beleza e desafios presentes nas actividades de montanha. Mas para o fazeres de forma prazerosa e segura tens de compreender um meio, que como normalmente referimos, tem tanto de belo como de imprevisível. Saber identificar e prevenir esses aspectos são a chave para o sucesso das tuas aventuras.

Relativamente aos perigos propriamente ditos, podemos agrupá-los em duas categorias, os subjectivos e os objectivos. Abaixo podes encontrar uma descrição dos mais comuns, para com maior facilidade os prevenires e na medida do possível evitares.

Os perigos subjectivos são aqueles que estão na base do maior número de acidentes em montanha e sobre os quais tu tens maior capacidade de controlo. Basicamente falamos de acidentes provocados por erro humano.

EXCESSO DE CONFIANÇA
Supervalorizar aquilo do que somos capazes em detrimento duma análise às nossas reais capacidades, conhecimentos técnicos e planeamento, revela-se como sendo um dos perigos mais comuns. Para além disso, neste tipo de actividades, há factores que te podem levar ao teu limite físico e psicológico.

EQUIPAMENTO INADEQUADO
A escolha do equipamento para uma determinada actividade parece algo simples e óbvio, mas muitas vezes falha ao avaliarmos as reais condições e exigências do que nos propomos fazer. Por exemplo, preparar uma actividade de neve e levarmos um saco-cama de Verão pode revelar-se no mínimo desastroso.

FALTA DE EXPERIÊNCIA
Perante novos desafios a experiência ganha um papel preponderante. A forma mais fácil de a adquirir é através daqueles que já calcorrearam as mesmas montanhas.

IMPREVISTOS
Independentemente da preparação, conhecimento e experiência que tenhas, os imprevistos acontecem sempre. A forma como vais lidar com os mesmos poderá condicionar o sucesso ou insucesso da actividade. É fundamental saberes gerir adequadamente situações de descontrolo, medo e pânico.

Ao contrário dos perigos subjectivos, sobre os quais tu tens uma intervenção directa, os perigos objectivos têm a ver com o meio que te rodeia. Seja pelo tipo de terreno, altitude, condições meteorológicas entre outros, falamos de factores aos quais tu tens de te adaptar e que não podes “controlar”.

TERRENO
Uma coisa é treinares num rocodromo ou numa zona de escalada frequentemente utilizada, onde tudo à tua volta oferece um nível de segurança que permite estares minimamente relaxado. Outra coisa é aventurares-te em grandes vias, terreno alpino e/ou desconhecido em que outros factores entram em jogo. Queda de rochas e avalanches são as situações mais frequentes e para as quais tens de prestar especial cuidado.

METEOROLOGIA
O estado do tempo é talvez o perigo que enfrentamos em montanha sobre o qual mais previsões fazemos mas que no entanto, mais incertezas apresenta. Grandemente influenciado pela morfologia do terreno e altitude, a meteorologia de um dado local pode mudar em questão de minutos, colocando-nos perante situações de risco totalmente inesperadas.

ANIMAIS SELVAGENS
Apesar deste ser um risco “mínimo” e possivelmente circunscrito a determinados locais, a verdade é que a presença de animais selvagens na zona onde estamos poderá criar sérios problemas à nossa segurança. Uma simples cabra Ibex acima de uma cordada poderá fazer com que rochas se soltem projectando-as directamente na linha dos escaladores/alpinistas.

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Planeamento

A capacidade de planear uma actividade ao detalhe, considerando de forma realista aspectos como os objectivos a que nos propomos, a nossa capacidade física e técnica, equipamento adequado, identificação de riscos, entre outros, é a forma mais segura de prevenir acidentes em montanha.

O planeamento de qualquer actividade, seja ela nas “redondezas” ou numa expedição às mais altas montanhas, implica dedicação, disciplina, método e trabalho. Mas é a atenção dada a este ponto que vai contribuir para a segurança de todos os envolvidos. É também a forma mais eficaz de simplificar a nossa “estadia” nas montanhas, seja para não levar “tralha” a mais, seja para que não falte nada. Abaixo podes descobrir alguns dos aspectos a ter em conta, aqueles que consideramos mais essenciais.

Os princípios abordados neste tópico aplicam-se a qualquer actividade de montanha, seja de escalada, alpinismo ou outra.

Todos nós por norma somos ambiciosos, o que na perspectiva correcta é algo positivo. Mas muitas vezes o sonhar alto faz-nos querer “dar um passo maior que a perna”. Independentemente dos objectivos a que nos propomos, devemos ser realistas não só no momento de avaliarmos as nossas capacidades físicas e técnicas como também do desafio que temos pela frente, incluindo os imprevistos, aplicando-se a mesma avaliação a quem está connosco.

Defendemos que em qualquer actividade de montanha (e na vida real) ninguém deve ficar para trás. Isto implica que seja a escalar, seja numa ascensão, o grau de dificuldade ou o ritmo da actividade, deve estar ajustado para o membro da equipa com a menor capacidade física/técnica. Este é um dos princípios que melhor garante o sucesso da tua actividade e a segurança de todos os que estão envolvidos.

Não deixes de sonhar e almejar grandes desafios, não te esqueças que o crescimento é um processo contínuo, mas dá passos firmes e seguros rumo às tuas aventuras.

DISPONÍVEL BREVEMENTE.

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Nós

Os nós é um dos temas que abordamos na Rokomondo Academy que é transversal a qualquer módulo, seja pela sua importância, seja pela sua aplicação generalizada em diferentes áreas. É um tema “simples” mas extenso e que muitas vezes falha pela falta da devida atenção que lhe deve ser dado. Diferentes formas de executá-los e diferentes nomes pelos quais são conhecidos, contribuem também para criar alguma confusão à volta de alguns nós.

No montanhismo, o número de nós que devemos saber é normalmente inferior quando comparamos com a escalada e o canyoning. Os nós que podes aprender aqui estão também integrados no Módulo 1. Deves dominar cada um deles ao ponto de os conseguires fazer e utilizar nas mais adversas situações.

DESCRIÇÃO
O nó de Barril, também conhecido com nó de Frade (ainda que este possa ser feito com três voltas e não apenas com duas) é considerado um nó auxiliar na escalada e no rapel. É facilmente executado tendo a particularidade de se auto-ajustar/apertar quando submetido a alguma carga. Embora o nó de Barril possa ser útil em várias situações, na escalada e rapel normalmente é usado em apenas uma, que no entanto é de extrema importância!

UTILIZAÇÕES
Tanto na escalada como no rapel, é usado quase essencialmente como um nó de bloqueio (stopper) de forma a evitar que a extremidade da corda saia pelo descensor que estamos a usar (ao fazer o nó, este deve ser bem ajustado). Pode também ser usado numa corda fixa, dando vários nós ao longo da corda, para ajudar na subida. É ainda usado na pesca e como nó decorativo.

VANTAGENS
Simples de fazer e eficaz na sua função, é possivelmente um dos melhores nós de bloqueio (stopper) que podemos utilizar. Ter sempre o cuidado de deixar o chicote com um comprimento de 50cm.

ENGLISH NAMES
Barrel Knot (não confundir com o Blood Knot também chamado de Barrel Knot, sendo que neste caso é um nó para unir “bend” duas cordas), Triple Overhand Knot, Triple Fisherman’s Knot.

Nó de Barril

DESCRIÇÃO
O nó de Borboleta, também chamado de Borboleta Alpina, é um excelente nó usado tanto na escalada, como no canyoning e montanhismo, sendo por isso um nó muito polivalente. Criar um ponto de fixação ou isolar uma secção da corda danificada por um roçamento, são duas das utilizações mais frequentes do nó de Borboleta. Existem várias formas para o executar inclusive apenas com uma mão. Apesar de não constar na lista dos nós essenciais, consideramos que dadas as suas vantagens, é um nó que vale a pena aprender e incluir no nosso arsenal de técnicas e competências.

UTILIZAÇÕES
Isolar uma secção da corda danificada. Criar um ponto de fixação na corda sem ser necessário os chicotes. Fazer um ponto intermédio de encordoamento. Equalizar uma reunião/ancoragem de dois pontos. Montar pontos de fixação numa travessia. Pode substituir o nó de oito em algumas manobras. A versão Alpine Butterfly Bend é uma excelente opção para unir cordas (um nó a abordar sob o tema – nós para união de cordas…).

VANTAGENS
É um nó simples de fazer e inspeccionar. Retira pouca resistência à corda. Pode ser traccionado tanto na direcção da corda como na perpendicular pelo seio do nó (quando é objectivo não é isolar uma secção da corda danificada). Ajustável e relativamente fácil de desfazer depois de ter estado sob tensão.

ENGLISH NAMES
Alpine Butterfly Knot, Butterfly Loop, Butterfly Knot, Lineman’s Loop, Swiss Loop.

Nó de Borboleta

DESCRIÇÃO
O nó de Oito é possivelmente o mais utilizado em ambiente de montanha. É um nó clássico do qual existem várias versões como é o caso do nó de oito pelo seio ou o nó de oito costurado, mencionado apenas duas, sendo que todas elas partem da mesma base que ensinamos aqui. Está também na base de outros nós como é o caso do “Stein”. Considerado um dos nós essenciais em montanha, é também usado em arborismo, trabalhos em altura, resgate, pioneirismo e náutica.

Podes aprender mais sobre o nó de Oito neste link.

UTILIZAÇÕES
Na escalada é por excelência o nó de encordoamento. Pode também ser usado para unir cordas (atenção à versão utilizada) e para criar pontos de ancoragem ou fixação. Consoante a versão, existem outras aplicações mais específicas como é o caso do nó de oito de orelhas ou o nó de oito direccionado. É uma opção para unir cordas para o rapel mas consideramos que o nó EDK é uma melhor escolha. No canyoning pode ser usado para montar um sistema de rapel simples ou duplo, ambos estáticos.

VANTAGENS
Simples de fazer, pode ser usado como um nó de bloqueio. Retira pouca resistência à corda. Polivalente nas utilizações e áreas de trabalho em que pode ser utilizado, graças às muitas versões que existem deste nó.

ENGLISH NAMES
Figure-of-Eight Knot, Figure-Eight Knot, Flemish Knot, Savoy.

Nó de Oito

DESCRIÇÃO
O nó Dinâmico deve o seu nome original ao guia de montanha suíço Werner Munter (Munter Hitch em inglês).  É também conhecido por nó UIAA. Muito utilizado em escalada, canyoning e montanhismo, é também usado em arborismo e trabalhos de altura. É ainda considerado um nó de recurso em situações de emergência.

UTILIZAÇÕES
Pode ser usado para fazer segurança ao escalador (uso obrigatório com um mosquetão de segurança de preferência HMS), para fazer rapel e montar sistemas dinâmicos em canyoning. Utilizado regularmente em manobras de resgate e trabalhos de carga, mesmo tendo em conta o desgaste que provoca na corda.

VANTAGENS
É um nó reversível o que permite tanto “dar” como “recolher” corda. Simples de fazer com apenas uma mão. Polivalente nas utilizações e áreas de trabalho em que pode ser utilizado. Nó de recurso na falta de um dispositivo para fazer segurança ou rapel.

ENGLISH NAMES
Munter Hitch, Italian Hitch, Crossing Hitch.

Nó Dinâmico

DESCRIÇÃO
O nó Duplo de Pescador é um nó bastante usado em montanha. Seguro e polivalente, é dos nós que retira menos resistência à corda. Dos vários usos que lhe podemos dar, unir um cordino de forma a criar um anel para um Prusik ou ponto de ancoragem natural é possivelmente dos mais frequentes.

AVISO: Apesar de ser um nó simples de fazer, é normal existirem erros na sua execução que podem dar origem a acidentes graves. É importante verificar sempre se o nó está correctamente executado.

UTILIZAÇÕES
Unir cordas, nomeadamente para o rapel (ainda que o EDK seja uma melhor opção). É ainda uma excelente escolha para unir um cordino de forma a criar um anel para nós auto-blocantes como o Prusik ou o Bachmann. Pode ser utilizado como backup (segurança) a outros nós, sendo ainda usado em áreas como arborismo, SAR e pesca.

VANTAGENS
É um nó simples de fazer e polivalente. Devemos no entanto considerar que depois de estar sujeito a uma grande tensão, é extremamente difícil de desfazer. Esta desvantagem, no caso de usarmos o nó para fazer um anel de cordino para nós auto-blocantes, acaba por ser uma vantagem.

ENGLISH NAMES
Double Fisherman’s Knot, Grapevine Knot, Double Englishman’s Knot.

Nó Duplo de Pescador

DESCRIÇÃO
O nó EDK (European Death Knot) é conhecido como nó de rapel pelo seu uso quase exclusivo nesta manobra em ambiente de escalada, canyoning e montanhismo. É também chamado de nó simples duplo ou nó de aselha. Apesar do nome em inglês e de alguma controvérsia em relação à sua resistência, com a devida atenção e correcta aplicação, é um nó bastante seguro e possivelmente a melhor escolha para unir as duas cordas do rapel. De forma a aumentar a sua segurança, podemos também optar por realizar este nó na versão EDK duplo ou EDK dobrado (de todas a mais segura).

Podes aprender mais sobre o nó EDK neste link.

UTILIZAÇÕES
Na escalada, canyoning e montanhismo é a escolha mais regular para unir as duas cordas para o rapel. Ter sempre o cuidado de deixar os chicotes com um comprimento mínimo recomendado de 30cm. Tensionar cada corda de forma individual para ajustar bem o nó.

VANTAGENS
Um dos nós mais fáceis de fazer e inspecionar. Tem um dos lados “plano”, o que faz com que dificilmente fique preso quando as cordas são recolhidas, sendo esta a grande vantagem em relação ao nó de oito ou o nó de pescador duplo para unir duas cordas para o rapel. É também fácil de desfazer, mesmo depois de estar sob tensão.

ENGLISH NAMES
Offset Overhand Bend, Flat Overhand Bend, European Death Knot, Offset Water Knot, Overhand Bend.

Nó EDK

DESCRIÇÃO
O nó Estático, também conhecido como Volta de Fiel, é um dos três nós essenciais. É um nó bastante antigo havendo referências ao mesmo já no início do século XVI. Apesar de requerer alguns cuidados (pode deslizar dependendo do tipo de corda), é um nó muito frequente na escalada, canyoning, montanhismo e também em trabalhos de pioneirismo.

UTILIZAÇÕES
Na escalada é usado principalmente para o escalador se auto segurar à reunião/ancoragem em conjunto com um mosquetão de segurança. No canyoning pode ser utilizado para montar um corrimão ou um sistema de rapel estático. Utilizado em trabalhos de pioneirismo para começar e terminar uma amarra.

VANTAGENS
Facilmente ajustável sem ser necessário desfazer o nó. Simples de fazer com uma ou as duas mãos. Bastante seguro quando ambos os lados do nó/corda estão tensionados.

ENGLISH NAMES
Clove Hitch, Double Hitch.

Nó Estático

DESCRIÇÃO
O nó Machard é um nó auto-blocante mas que ao contrário do Prusik, funciona apenas num sentido. É uma excelente opção quando temos de ascender numa corda. É executado com um cordino de 5-7mm de diâmetro unido com o nó duplo de pescador de forma a formar um anel. Existem no mercado anéis já feitos criados especificamente para este tipo de nós.

É recomendado que o diâmetro do cordino seja 60% a 80% do diâmetro da corda principal. O comprimento habitual do anel é de 60cm, sendo que é necessário aproximadamente 1,5 metros de cordino para conseguir um anel dessa dimensão.

UTILIZAÇÕES
Pode ser usado como segurança ao fazer um rapel ou para subir numa corda. Como o Prusik e outros nós auto-blocantes, é uma solução mais barata e leve em comparação com bloqueadores mecânicos.

VANTAGENS
Simples e barato. Fácil de executar, muito seguro quando submetido a cargas. Tem a vantagem de poder ser feito tanto com um cordino, como com uma cinta. É mais fácil de desbloquear que o Prusik.

Obs.: Devemos ter em atenção que o Machard funciona apenas num sentido. São precisas pelo menos três voltas na corda principal para que o nó funcione devidamente (recomendamos 4 a 5 voltas).

ENGLISH NAMES
Klemheist Knot, French Machard Knot.

Nó Machard

DESCRIÇÃO
O nó Prusik é um nó auto-blocante bi-direccional criado pelo alpinista austríaco Dr. Karl Prusik. Funciona por atrito e quando apareceu no manual de alpinismo austríaco de 1931, vinha referenciado como um nó para ascender na corda. É um nó simétrico que é executado com um cordino de 5-7mm de diâmetro unido com o nó duplo de pescador de forma a formar um anel.

É recomendado que o diâmetro do cordino seja 60% a 80% do diâmetro da corda principal. O comprimento habitual do anel é de 60cm, sendo que é necessário aproximadamente 1,5 metros de cordino para conseguir um anel dessa dimensão.

UTILIZAÇÕES
Pode ser usado em quase todos os desportos de montanha, sendo que na escalada serve normalmente como segurança ao rapel ou para subir numa corda. Pode ser utilizado para montar sistemas de desmultiplicação de forças (vantagem mecânica), seja em situações de trabalho, seja em cenários de resgate. É seguramente uma solução mais barata e leve em comparação com bloqueadores mecânicos.

VANTAGENS
Simples e barato. Fácil de executar, muito seguro quando submetido a cargas com a particularidade de funcionar nos dois sentidos (bi-direccional).

Obs.: Devemos ter em atenção que o Prusik não funciona sobre cordas geladas porque não é gerado o atrito suficiente para bloquear o nó. Após estar sob grande tensão, é normalmente difícil de libertar.

ENGLISH NAMES
Prusik Knot, Prusik Hitch.

Nó Prusik

DESCRIÇÃO
O nó Valdotain Tresse, também chamado nó Valdostano, é um nó auto-blocante muito útil em diferentes situações. Para a execução deste nó, era usado inicialmente corda dinâmica de 10mm, à qual se retirava 1 ou 2 fios da alma de forma a aumentar a capacidade de estrangulamento (uma prática não recomendada pelos fabricantes). Actualmente existem marcas que produzem o VT Prusik especificamente este fim. Alguns VT Prusiks têm ainda a vantagem de serem feitos com Technora, o que permite contornar o desgaste provocado pela fricção entre têxteis.

O atrito gerado na corda pode ser controlado pelo número de voltas (são recomendadas pelo menos três), que o VT Prusik dá à volta da corda principal. Mais voltas, mais atrito e controlo.

UTILIZAÇÕES
Ascender (embora não tão eficiente como o Prusik) e descer em cordas mesmo que estas estejam sobre tensão. Para a passagem de nós na corda do rapel. Como segurança ao rapel. Progredir num corrimão inclinado. Pode ser utilizado justamente com uma roldana para montar um sistema de polias. Muito útil em cenários de resgate. Usado também em trabalhos de arborismo.

VANTAGENS
Polivalente, eficiente e seguro (quando bem executado). Permite descer em cordas sobre tensão. Pode também ser feito com um anel de cinta. Na ausência de um VT Prusik (Bluewater / SingingRock), pode ser usado um cordino de 8mm no qual em cada ponta se fez um nó de pescador duplo. Pode ser libertado mesmo estando em tensão.

Obs.: Devemos ter muita atenção à perfeita execução do Valdotain Tresse para que este funcione devidamente. A obrigatoriedade de respeitar este pormenor, faz com que este nó seja considerado por muitos como uma técnica avançada.

ENGLISH NAMES
Valdotain Tresse, VT Prusik, VT.

Nó Valdotain Tresse